O carrinho no futebol é uma ação técnica que consiste no deslizamento, por parte de um jogador, com o objetivo de acertar na bola. É uma das ações mais difíceis de aprender, mas quando usada corretamente, é difícil de superar em termos de eficácia absoluta. A correta execução deste gesto técnico depende:
Timming - Escolher o momento certo para tocar na bola;
Posição corporal - Manter um centro de gravidade baixo, manter os olhos sempre na bola;
Uso dos pés - utilizar a parte interior do pé sempre que possível;
Coordenação motora.
Esta ação pode ser ofensiva ou defensiva, tudo depende em que organização se encontra a equipa do jogador que executa o gesto.
De uma forma geral, ofensivamente o carrinho serve para:
marcar golo;
não deixar a bola sair:
passar a bola.
E defensivamente serve para:
evitar o golo;
intercetar passes;
roubar ou impedir que o adversário fique com a bola.
É aconselhável usar o carrinho apenas como último recurso, pois este envolve ir ao chão, fazendo com que o jogador que executa o gesto técnico fique fora da jogada por um curto período de tempo, caso não tenha sucesso na ação. No entanto, cada vez mais, os jogadores de futebol recorrem a esta técnica para, sobretudo, tentar roubar a bola ao adversário. A imprudência observada muitas vezes, na utilização desta técnica por parte dos jogadores, leva-nos a assistir a entradas violentas sobre os adversários, podendo originar graves lesões.
Por esse motivo, a FIFA tem vindo a adotar medidas cada vez mais apertadas para com os jogadores que utilizem este gesto técnico.
Sabemos que as crianças tendem a imitar os jogadores de futebol, e por esse motivo lembrei-me de refletir um pouco sobre este assunto e partilhar a minha opinião sobre o mesmo, pois, começo a observar cada vez mais a utilização desta técnica por parte dos miúdos que jogam nos escalões mais jovens (Petizes e Traquinas). Utilizam a técnica sobretudo para tentar roubar a bola ao adversário, no entanto, na esmagadora maioria das vezes, observa-se uma das seguintes situações:
ou acertam no adversário, por vezes magoando-o;
ou até acertam na bola, mas esta vai para fora (isto porque os campos destes escalões tendem a ser pequenos).
Ou seja, em ambos os casos o jogador (e a sua equipa) continuam sem a posse de bola.
Preocupante é o facto de alguns Treinadores permitirem o uso excessivo do gesto técnico e não chamarem a atenção aos seus jogadores, até porque na maioria das vezes não obtêm qualquer vantagem para a sua equipa e podem magoar seriamente os adversários.
Idealmente, penso que seria muito mais interessante e enriquecedor para as crianças, se os treinadores as ensinassem:
a utilizar a técnica corretamente;
que existem outras soluções para poder roubar a bola ao adversário, como o desarme, interceção ou antecipação, de modo a que a equipa possa ficar com a bola;
que quando fazem um carrinho e se este não é bem sucedido, eles ficam no chão e perdem o resto da jogada;
que o carrinho pode magoar seriamente os seus adversários.
Para terminar, e até porque como tenho defendido a implementação do "Futebol de Rua" nos clubes. As crianças hoje em dia utilizam frequentemente os carrinhos, pois os sintéticos permitem que o façam sem se magoar. Na rua, não havia carrinhos, ou só os mais destemidos é que o faziam, no entanto quando o faziam, não voltavam a repetir a proeza tão depressa, pois muitas vezes deixavam a sua pele no chão.
Aprendíamos a roubar a bola ao adversário de pé, para depois podermos atacar rapidamente a baliza adversária.
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