Por vezes, assistimos aos treinadores enviarem um papelinho com instruções para os jogadores que estão dentro do campo. Por sua vez os jogadores depois de lerem a mensagem “top secret” não sabem o que fazer com o papel e então arranjam soluções do género: há quem rasgue, há quem coloque por dentro dos boxers (não deve ser depois muito confortável jogar) e há quem jogue simplesmente para o chão (o qual depois o adversário pode apanhar o papel e ler a mensagem estragando o “efeito surpresa” do objetivo da mensagem).
Na minha opinião não existe nenhuma mensagem que seja de tal modo urgente ou importante, que o treinador não possa chamar o jogador em questão e transmitir-lhe pessoalmente (a avaliar pelos tamanhos, que normalmente esses papeis têm, as mensagens não deverão ser muito cumpridas), depois tem a vantagem de se o jogador tiver alguma dúvida poder logo esclarecer com o treinador. Se o treinador não quiser chamar o jogador em questão enquanto o jogo está a decorrer, então espera que haja uma interrupção, para o fazer, ou então simplesmente transmite verbalmente a um colega de equipa para transmitir a mensagem.
Portanto, tentando ser racional, sinceramente acho que esses bilhetes não passam de “Show Off”. Os motivos pelo qual o fazem não sei. Mediatismo talvez. Criar a curiosidade aos espetadores (como se naquele pedaçinho de papel estivesse a solução milagrosa para que o jogo mudasse completamente de rumo naquele instante).
Faz-me lembrar uma história que o meu Professor da Faculdade da Especialização de Futebol, Jorge Castelo, contava sobre um dos mais carismáticos treinadores que passou pelo Farense, Paco Fortes. Dizia o meu Professor, que quando o Farense estava a perder, Paco Fortes ia para junto da linha lateral e começava a gesticular. Ele dizia aos jogadores que não estava a dizer nada. Aquela atitude apenas servia para os sócios pensarem que estava a dar instruções para tentar arranjar soluções para dar a volta ao resultado.
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