O árbitro é um elemento do jogo, mas acima de tudo um Homem. Como todos os homens comete erros. O erro faz parte do futebol, pois se tal não existisse não haveria jogo (pois não haveriam golos). É verdade que os erros dos árbitros podem influenciar o resultado de um jogo, mas na esmagadora maioria dos jogos, são os erros dos jogadores que influenciam o resultado final.
Por vezes acontece no futebol (sobretudo antes do surgimento do VAR), o árbitro tomar uma decisão errada e o beneficiário dessa decisão corrigir o erro. Quando tal acontece e o árbitro decide anular a sua decisão, está a agir corretamente? Muitos vão pensar que sim, pois a verdade desportiva prevalece nesse caso, mas então o mito que o árbitro não volta com a sua decisão atrás cai por terra, pois existe uma mudança de opinião baseada na informação de um jogador. Uma coisa é mudar de opinião quando um dos seus auxiliares assim o indica, outra coisa é mudar de opinião quando um jogador assim o diz. - Então valerá a pena incutir nos nossos jogadores a necessidade de tentarem convencer o árbitro no sentido deste mudar de opinião em relação a qualquer lance que apite? O futebol como toda a sociedade em geral é redigido por leis. Essas leis foram construídas na base da racionalidade e não da moralidade. Deverão as leis serem sobrepostas pela moralidade? A pergunta fica no ar, pois o meu conceito de moralidade é com certeza diferente das de outras pessoas, por isso penso que apesar do árbitro poder eventualmente ajuizar mal um lance, não deve voltar com a sua decisão atrás (a não ser, e volto a repetir, que tivesse um dos seus assistentes a dizer que tinha errado).
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