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CONDICIONANTES EM EXERCÍCIOS DE FUTEBOL

  • Foto do escritor: Vitor Escudeiro
    Vitor Escudeiro
  • 22 de mai. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de dez. de 2023


O exercício é a unidade básica de toda a estrutura de treino. A conceptualização de qualquer exercício deve aproximar-se o mais possível à realidade competitiva. Nesse sentido, em cada exercício o treinador define um ou mais objetivos para melhorar a capacidade de rendimento dos jogadores e/ou da equipa. Para tal, em muitas situações o treinador define condicionantes de modo a potenciar o objetivo do exercício de treino.

No entanto, é fundamental que as condicionantes do exercício não desvirtuem o jogo.

Exemplo:

  • Objetivo: Circulação de bola

  • Condicionante: Antes de haver finalização a bola deve passar por todos os jogadores da equipa.

  • Situação de jogo: Gr + 5 vs 5 + Gr

  • Durante o exercício: um jogador recupera a bola junto da baliza adversária e só tem o Gr pela frente.


Segundo a condicionante, o jogador não pode finalizar (sendo que tem a baliza mesmo à sua frente) porque a bola não passou pelos restantes colegas. Tal situação desvirtua o que é o objetivo do jogo de futebol, ou seja marcar golos.


Uma das possíveis soluções que o Treinador pode optar para potenciar o objetivo deste exercício (em vez de colocar a condicionante de passar a bola por todos os jogadores) é que em cada golo marcado, este vale tanto quanto o número de jogadores que estiveram envolvidos na jogada.


Esta solução é igualmente válida para exercícios de jogo, em que o Treinador coloca como condicionante a finalização só poder ocorrer se for: com determinada parte do corpo; através de cruzamento (de qualquer corredor, ou corredor específico)...


A ideia será sempre compensar a equipa com o golo a valer mais em caso de ser conforme o objetivo que o Treinador traçou.


Outra questão que é fundamental, tem haver com os níveis de complexidade das condicionantes.

As condicionantes devem ser adequadas às capacidades dos jogadores.

Exemplo de uma condicionante que só deve ser utilizada mediante a capacidade dos jogadores: Limitação de toques (por norma usada para quando o objetivo é a rápida tomada de decisão e execução).


Esta condicionante, que já observei muitas vezes em diferentes contextos e escalões, pode ser:

  • uma ótima opção se a equipa em questão tiver jogadores com qualidade: irá promover a rápida tomada de decisão e agir/executar rapidamente;

  • uma péssima opção em contextos de menor qualidade ou jogadores mais novos: irá promover más decisões, maus passes devido a receções deficientes, perdas de bola com maior facilidade, os mais pequenos tendem a estarem mais preocupados com o número de toques do que com o objetivo do exercício.

Este último, o Treinador na altura do planeamento do exercício, deve ter em conta as capacidades dos seus jogadores e adaptar o espaço (quanto mais baixo a qualidade dos seus jogadores, mais espaço deve haver para que o jogador em posse de bola possa tomar boas decisões) e número de jogadores (quantos menos jogadores envolvidos, menos complexo fica a tomada de decisão). Há medida que o grupo for evoluindo, o Treinador pode e deve ir diminuindo o espaço e/ou aumentar o número de jogadores no exercício.


Em forma de conclusão, é importante que na altura do planeamento das sessões de treino, o Treinador tenha em mente quais os objetivos que pretende para cada exercício e se as condicionantes se adequam ao mesmo e ao seu grupo de trabalho, sem nunca esquecer também dos feedbacks apropriados, de modo a que os seus jogadores possam evoluir e assim alcançarem os objetivos traçados para a sessão de treino.


P.s. - apenas mencionei dois exemplos de condicionantes que por norma são as mais utilizadas por Treinadores. No entanto para quem estiver a ler este artigo, caso tenha interesse em apresentar outras condicionantes que costuma aplicar nos seus exercícios e queira arranjar uma forma de potenciar os mesmos, estarei disponível para tentar ajudar e arranjar uma solução.

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